A correta grafia de nosso instrumento, no singular e no plural, frequentemente é motivo de dúvidas.
Pedimos uma ajudinha ao Profº Ozanir Roberti, renomado professor de Língua Portuguesa e membro da Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro. Eis sua resposta:
“A grafia é ‘flauta doce’ (sem hífen), também chamada de ‘flauta inglesa’. É um dos tipos de ‘flautas’ existentes (como a ‘flauta alto’, a ‘flauta baixo’, a ‘flauta basca’...), sendo ‘doce’ o adjetivo que especifica o substantivo. São dois termos que admitem plural; por isso, sua flexão de número é ‘flautas doces’. Provavelmente, a confusão se dá pelo fato de ‘alto’ e ‘baixo’ não concordarem em gênero”.
Complementando a explicação do profº Roberti, flauta doce é um nome composto que preserva a independência das palavras que o formam. Uma flauta doce é uma flauta cujo som é doce (suave). Ela não deixa de ser uma flauta e não deixa de ter o som doce (suave). Melhor dizendo, a união das palavras não forma um novo vocábulo, o que justifica sua grafia sem hífen.
Na dúvida, pense na nossa prima flauta transversal (ou flauta transversa). Ninguém tem dúvidas de que o nome correto deste instrumento não emprega o hífen, e nem de que o plural é flautas transversais, não é mesmo? Pois as mesmas regras se aplicam à flauta doce!
Por Patricia Michelini