Cabuletê s.m. Até onde se tem notícia, é o único membranofone percutido indiretamente encontrado na cultura brasileira. É tocado individualmente, emoldurado e possui dupla membrana, dessa forma, classificado como 212.321.
Consiste numa caixa de ressonância, presa a um cabo, com membranas esticadas em cada um dos dois lados. Nas laterais do corpo, encontram-se barbantes, amarrados em seu interior. Na ponta de cada barbante, há uma semente. Sendo assim, o som é produzido ao girar o instrumento, onde as sementes atingem as membranas, simultaneamente, uma em cada lado. É possível ainda, encontrar cabuletês com mais de uma caixa de ressonância, porém, todas elas utilizam o mesmo princípio descrito.
Não há certezas quanto à origem do cabuletê. Enquanto uns acreditam que surgiu na África, outros falam sobre ter surgido na Ásia. Muito provavelmente, tenha sido introduzido no Brasil através dos escravos africanos. Conta-se ainda que antigamente, os escravos utilizavam o instrumento quando caminhavam nas matas em seus desbravamentos. O objetivo era espantar os animais selvagens (Ponto Solidário).
Atualmente, encontra-se o cabuletê sendo utilizado em brincadeiras infantis e ritos de religiões afro-brasileiras, assim como em musicalizações infantis, pois tornou-se bastante popular entre as crianças. Isso se deve a facilidade de execução sonora do cabuletê. Além disso, é bastante encontrado em lojas de souvenirs nordestinos, nos mais diversos tamanhos.
Vídeo do Brazil Instrumentarium sobre o cabuletê:
De:
Universidade Federal da Paraíba - UFPB
Laboratório de Estudos Etnomusicológicos - LABEET
